domingo, 3 de abril de 2016

O Diagrama de Pauling sempre é válido? Conheça o Digrama de Rich-Suter

O Diagrama de Pauling sempre é válido? Conheça o Digrama de Rich-Suter

Um belo padrão

Todo aluno de química utiliza o velho e bom Diagrama de Pauling para realizar a distribuição eletrônica dos elementos. Esse Diagrama, que o próprio Linus Pauling nunca reclamou a autoria, é uma forma simples e rápida de determinar a estrutura eletrônica dos átomos, no entanto, muitos o utilizam mesmo sem saber sua origem ,ou seu significado. Alguns acham que o Diagrama é uma consequência direta do modelo atômico de Bohr, o que é um grande equívoco, uma vez que o belo e fantástico Modelo de Bohr (porém falho) não compreende o conceito de orbitais. E o Diagrama de Pauling nada mais é do que um fila de energia dos orbitais, onde o de mais baixa energia é o orbital 1s, seguindo pelo 2s, 2p, 3s e assim por diante. A construção do diagrama tem uma origem híbrida, baseada tanto na teoria quanto dos resultados experimentais. Seu fundamento pela teoria está em sua própria estrutura, porque o que simplesmente representamos como 1s, 4p, 5d … nada mais são do que funções matemática advindas da mecânica quântica. Os resultados experimentais orientam a ordem energética, pois indica claramente que orbitais do mesmo nível, como 2s e 2p, não possuem a mesma energia (no caso das funções de onda do hidrogênio, onde a mecânica quântica é exata, esses orbitais tem a mesma energia); mostra que o orbital 4s tem energia inferior ao 3d, além de outros casos análogos (conclusão fundamentada por resultados experimentais); omite de orbitais teoricamente existentes, porém sem observação experimental como o 5g, 6h, e outros.
Não restam dúvidas sobre a praticidade, e a aplicabilidade desse diagrama. Sua importância é tamanha que, em qualquer nível de ensino de química, do médio à pós-graduação, seja nas aulas expositivas, seja em livros acadêmicos, ele ainda é utilizado. No entanto, deve ser utilizado com cautela. Por que? Nós utilizamos, e ensinamos, esse diagrama como uma referência a qual todos os elementos devem seguir. Mas será que a natureza, assumindo que o orbitais de fato existem, seria tão obediente e previsível assim? TODOS os mais de 110 elementos que conhecemos, sendo natural ou artificial, iria obedecer esse padrão? É razoável que não … os elementos artificiais, mais pesados, com tempo de vida curto, dificilmente obedeceria alguma regra. Mas … os mais comuns, os elementos do dia-a-dia, devem obedecer. Será mesmo?

Cromo, cobre e seus familiares

Podemos dar uma olhada em dois elementos muito comuns, o cobre e o cromo, que simplesmente não obedecem o Diagrama. Abaixo temos a configuração eletrônica teórica, ou seja, a prevista seguindo o diagrama, e a real, de acordo com os dados experimentais.
tabela1tabela1
Esse é um caso bem conhecido, e a resposta padrão para ele é dizer que:
Como os orbitais d são degenerados, o ideal é que todos tenham o mesmo preenchimento, seja parcialmente preenchido, seja totalmente preenchido, a para isso, existe a transferência interna de um elétron do orbital s para o orbital d.
De fato, se os orbitais d têm a mesma energia, então como podemos ter quatro orbitais parcialmente preenchidos, e um “vazio”, e os cinco serem idênticos do ponto de vista energético? Por isso gerar um “desiquilíbrio energético”, parece que a natureza seguiu uma distribuição mais simétrica no caso do cobre e do cromo. Até que essa explicação funciona bem, porque o mesmo é observado para o  molibdênio, que é um “parente” do cromo, e para a prata e o ouro, que são análogos ao cobre. Normalmente vai até ai nossa explicação sobre distribuição eletrônica. Falamos que o Diagrama de Pauling é o modelo perfeito, mas devido a essas “circunstâncias energéticas”, a família do cobre e a família do cromo não o obedecem. Mas nem todos os membros de uma família segue a tradição! Quando olhamos para a configuração eletrônica do tungstênio, que deveria seguir o padrão do cromo e do molibdênio, percebemos que ele segue a distribuição tradicional de Pauling. E ai?

São muitos os rebeldes!

Como explicamos o caso do obediente tungstênio? … Quando olhamos com um pouco mais de atenção observamos que outros elementos não obedecem ao Diagrama, e nem tem sua configuração eletrônica contemplada pela mesma explicação do caso do Cr e do Cu. Vejam os casos abaixo.
tabela2tabela2
Viram? Nióbio, rutênio, ródio, paládio, platina, além de uma grande número de lantanídeos e actinídeos (não mostrados) desobedecem abertamente o Diagrama de Pauling!!! Serão todos esses elementos exceções? Quando explicamos isso em sala de aula chamamos atenção a esses casos? Ou varremos para baixo do tapete, não os mencionamos, e torcemos para que nenhum aluno pergunte sobre eles? Quando perguntam, falamos simplesmente que são exceções?
Não, esses casos não são exceções! Essa é a realidade! O bom Diagrama funciona bem para uma série de elementos, em especial, os representativos, mas falha ao descrever a estrutura eletrônica de vários metais. A natureza nunca foi tão obediente mesmo … mas não é por isso que o Diagrama não tenha o seu mérito. Mas ai? Só isso? O Diagrama de Pauling não funciona para esses elementos e não tem nenhuma explicação para essas observações?

Do Facebook ao Diagrama de de Rich-Suter

Como a maioria dos meus colegas de profissão, eu passava por cima desses casos … até que em uma discussão num grupo de professores de química no Facebook, um colega perguntou como explicávamos esses casos. Vários, incluindo eu, deram suas opiniões sobre isso – nada muito diferente do que está descrito até agora nesse post. Mas outro colega, que eu infelizmente não lembro o nome, sugeriu olharmos para o Diagrama de Rich-Suter.
Até o momento, eu nunca havia ouvido falar nesse diagrama, e decidi procurar na literatura. Para o meu espanto, achei um artigo da Química Nova, escrito por professores da UFRJ (dois deles eu conheço pessoalmente), onde faziam a apresentação desse diagrama como uma “alternativa elegante” para explicarmos os casos onde o Diagrama de Pauling falha, e ao mesmo tempo criticavam como essa ferramenta sequer é citada nos livros mais comuns de Química Inorgânica!
Após ler esse artigo procurei o artigo original do Rich e do Suter, mas não tive acesso. É um artigo do Journal Chemical Education, de 1988, mas infelizmente a Capes não assina esse valioso periódico. Mas pelo artigo da Química Nova deu para entender como funciona esse diagrama, e é isso que eu tentarei explicar agora.

Entendendo o Diagrama de Rich-Suter

Hoje, e já há algum tempo, temos métodos computacionais para resolver, com aproximações, a função de onda de Schrödinger para átomos polieletrônicos. Esses métodos nos fornecem, dentre outras coisas, a energia dos orbitais atômicos. O que o Rich e o Suter fizeram foi aplicar um desses métodos (não sei qual porque não consegui acesso ao artigo original) a cada um dos elementos das séries de transição, e avaliar a energia dos orbitais ns (n-1)d (no caso da primeira série seria 4s3d, da segunda 5s4d, e da terceira 6s5d). Os resultados obtidos nesses casos são mais confiáveis que a série Energética de Pauling, e se tivessem uma versão hoje, seriam ainda mais confiáveis. A principal característica desses diagramas é que a energia dos elétrons de spin α e spin β, com a mesma parte espacial da função de onda, não é a mesma. Isso significa que os dois elétrons do orbital 4s, por exemplo, por terem momento angular de spin diferentes, apresentam energia diferente. Isso pode soar um pouco estranho, mas quem conhece o mundo da Modelagem Molecular sabe que esse é uma forma padrão dos softwares resolverem as Funções de Onda. São os chamados métodos irrestritos, e são bem aceitos pela comunidade acadêmica especializada na área.
Tá, mas… e ai? Como esse diagrama desconhecido resolve o problema do bom e velho Diagrama de Pauling?
Abaixo eu tenho uma figura adaptada do digrama de Rich-Suter para a primeira e a segunda série de transição.
rich-suter
A curvas avermelhadas representam a energia dos orbitais s, enquanto que as curvas azuladas se indicam a energia dos orbitais d. Na verdade, cada curva dessas é um interpolação de pontos, que representam a energia de cada orbital. No eixo x tem-se a carga nuclear. Percebam que em todos os casos a energia dos orbitais diminuem com o aumento da carga nuclear, afinal esses ficam mais próximos do núcleo, e portanto mais estabilizados. Entretanto, a taxa com que os orbitais d se estabilizam é maior do que os orbitais s. Uma forma racional de se entender isso é que, os orbitais d, para qualquer série de transição, estão mais próximos do núcleo do que os orbitais s representados, e portanto eles sofrem maior influência com o aumento da carga nuclear. Na verdade, ai reside o segredo do Diagrama de Rich-Suter. Para cada átomo a energia dos orbitais d e s são diferentes, às vezes seguem a sequência de Pauling, e isso acontece com o primeiros elementos de cada série, às vezes o comportamento é completamente oposto (tudo isso obtido pelos cálculos quânticos computacionais). Na hora de fazermos a distribuição eletrônica, devemos primeiro adicionar os elétrons nos orbitais de mais baixa energia, de acordo com o digrama, para então adicionar nos de mais alta energia (seguindo o princípio de AufBau). Antes de fazermos alguns exemplos, tenho de chamar atenção a um detalhe importante. Um orbital 4sα só pode representar um elétron, porque no 4s temos apenas um elétron com spin α (o mesmo vale para o 4sβ). No entanto, um 3dα representa 5 elétrons degenerados, pois em cada subnível d temos até 5 elétrons com spin α, e os outros 5, se for o caso, serão de spin β. Dito isto, vamos pegar três exemplos, o vanádio, que obedece Pauling, o cobre que não obedece, mas sabemos explicar, e o rutênio que é um dos casos críticos.
Entre os orbitais s e d, o vanádio tem 5 elétrons. O orbital de mais baixa energia é um 4sα, seguido de um 4sβ. Esses dois elétrons representam a configuração 4s2. Sobram 3 elétrons que serão alocados no próximo orbital de mais baixa energia que é o 3dα. Isso leva à configuração 4s23d3, seguindo o diagrama.
No caso do cobre, com 11 elétrons no total, a posição relativa dos orbitais está mudada. A carga nuclear sobre os elétrons é tão forte que provoca esse reordenamento dos orbitais. Então … vamos lá. Ficam 5 elétrons no 3dα, que é o mais estável. O próximo orbital é o 4sα, que fica com um elétrons. Os 5 elétrons restantes vão para o próximo orbital na fila de energia, que é o 3dβ. A configuração do cobre tem portanto, 10 elétrons no orbital 3d e apenas 1 no 4s, como havíamos concluído com a explicação do “desequilíbrio energético”.  Mas será que o diagrama é capaz de explicar os demais átomos? Vamos ao rutênio então.
O rutênio tem 8 elétrons, e possui a distribuição dita “anômala”. Pelo diagrama de Pauling sua configuração seria 5s24d6, mas sua configuração real é 5s14d7 (e neste caso, não vale a explicação dada ao cromo e ao cobre). Dos 8 elétrons, 5 já ficam no 4dα, seguido de 1 elétron no 5sα. Os dois elétrons restantes vão para o 4dβ. Pelo diagrama de Rich-Suter a configuração é 5s14d7, idêntica à experimental. Legal, não é?
Vale ressaltar que o diagrama falha em prever a configuração de vários elementos do bloco f. Isso se deve ao método quântico utilizado não ser muito adequado para prever a energia desses orbitais. Mas isso não é de admirar. Hoje, em 2015, ainda não temos um método quântico computacional tão bom assim, imagina em 1988?
Mas ai? Teremos coragem de falar desse Diagrama em nossas aulas, em especial na Graduação? No Ensino Médio também é válido, mesmo sabendo que os alunos não tem base para isso. É melhor eles saberem que tem uma resposta, mas que no momento não saberiam compreendê-la, do que jogar no grande saco das “exceções”. É uma pena que uma ferramenta versátil como essa não esteja nos livros mais comuns. Mas como professores não devemos ficar presos apenas aos livros. Devemos ler artigos, procurar na literatura, ver o que tem sido feito de novo. Queremos essa independência de nossos alunos, logo devemos ser o exemplo para eles!!!
Em: http://universidadedaquimica.com.br/artigos/diagrama-pauling-rich-suter/

Propriedades curativas do limão

Propriedades curativas do limão

Créditos: Notícias Naturais
Eu sempre amei limão. Toda vez que eu corto um limão fresco, eu paro e bem… cheiro o limão. Para mim, isso cheira a luz do sol. Ouvi dizer que o nosso senso de memória mais forte é o sentido do olfato. Talvez seja o pensamento de verão e limonada que evoca esse forte senso de que tudo está bem com o mundo sempre que eu sinto o cheiro de limão. Ou talvez eu esteja experimentando as propriedades curativas do limão, como descrito por Sayer Ji em seu ótimo site de saúde e bem estar, GreenMedInfo.com.

Então aqui está o que o artigo que chamou a minha atenção sobre as propriedades curativas do limão:

O raio-x do limão: 13 razões baseadas em evidências que ele é um potente medicamento 

1 – Ele pode baixar a pressão arterial:  Foi constatado que simplesmente cheirar esta fruta pode baixar a pressão arterial. [1]

2 – Pode diminuir a constipação: Em combinação com alecrim e óleo essencial de hortelã-pimenta, se descobriu que o cheiro de limão alivia a constipação nos idosos [2]

3 – Ele pode solucionar o mau hálito: Em combinação com a árvore do chá e óleo essencial de hortelã-pimenta, pode reduzir o mau cheiro e os compostos de enxofre na respiração de pacientes de terapia intensiva [3]

4 – Ele pode reduzir o risco de câncer de esôfago: O limão, como todas as frutas cítricas, contém níveis fisiológicos significativos de flavonas. A ingestão de flavonas é  associada a diminuição do risco de câncer de esôfago.  [4]

5 – Infecção oral por fungos: O suco de limão tem um valor terapêutico no tratamento da candidíase oral (infecção por candidíase oral) em pacientes com HIV/AIDS  [5]

6 – Ele pode dissolver pedras nos rins: A terapia da limonada parece ser uma alternativa razoável para pacientes com nefrolitíase hipocitratúria (um tipo de pedra nos rins) [6]  [7]

7 – Ele pode reduzir a inflamação: A mucilagem de limão tem significativos efeitos anti-inflamatórios in vivo e in vitro [8]

8 – Ele pode proteger seu coração:  O suco de limão tem propriedades antioxidantes e cardioprotetoras.  [9]

9 – Ele pode proteger contra a cólera:  O suco de limão é um biocida contra o vírus da cólera, o patógeno que pode causar cólera. [10]

10 – Ele é um poderoso antioxidante e previne a oxidação do LDL:  estresse oxidativo excessivo é um fator que contribui para acelerar o envelhecimento, inflamação e uma ampla gama de condições agudas e crônicas de saúde. Uma das razões principais do colesterol LDL causar doenças cardíacas é que ele oxida, resultando em aterogenicidade (a capacidade de danificar o revestimento interno das artérias). O limão é um antioxidante poderoso e é capaz de prevenir a oxidação da LDL. [11]

11 – Ele pode ajudar a levantar o seu humor e reduzir a ansiedade: O óleo de limão possui atenuador de ansiedade (ansiolítico), um tipo de antidepressivo através da modulação de neurotransmissores. [12]

Outras propriedades da cura do limão:

12 – Ele pode ajudar você a manter um peso ideal:  Os polifenóis da casca do limão suprimem a obesidade induzida por dieta, hiperlipidemia, hiperglicemia e  resistência à insulina . [13 ]

Referências:

[1] Jung Hee Cha, Sun Hee Lee, Yang Sook Yoo. [Efeitos da aromaterapia sobre alterações no sistema nervoso autônomo, velocidade de onda de pulso da aorta e índice de aumento da aorta em pacientes com hipertensão essencial]. J-coreano Acad Enfermagem. 2010 Out; 40 (5) :705-13. PMID: 21157172

[2] Myung-Ae Kim, Jung-Kyu Sakong, Eun-Jin Kim, Eun-Ha Kim, Eun-Ha Kim. [Efeito da massagem de aromaterapia para o alívio da constipação em idosos]. Taehan Kanho Hakhoe Chi. 2005 Fev, 35 (1) :56-64. PMID: 15778557

[3] Myung-Haeng Hur, Joohyang Park, Wendy Maddock-Jennings, Dong Kim Carvalho, Edson Soo Lee. Redução do mau cheiro da boca e compostos sulfurados voláteis em pacientes de terapia intensiva, utilizando um óleo essencial como anti-séptico bucal. J Nutr. 2002 Abr; 132 (4) :703-7. PMID: 17380550

[4] Marta Rossi, Werner Garavello, Renato Talamini, Carlo La Vecchia, Silvia Franceschi, Pagona Lagiou, Paola Zambon, Luigino Dal Maso, Cristina Bosetti, Eva Negri. Flavonoides e o risco de câncer de esôfago de células escamosas. Arch Intern Med. 2000 Abr 10; 160 (7) :1009-13. PMID: 17192901
[5] SC Wright, JE Maree, M Sibanyoni. Tratamento da candidíase oral em pacientescom HIV/AIDS com suco de limão e capim-limão (Cymbopogon citratus) e violeta de genciana. Phytomedicine. 2009 Mar; 16 (2-3) :118-24. . Epub 2008 23 dezembro PMID: 19109001

[6] E David Kang, Roger L Sur, George E Haleblian, Nicholas J Fitzsimons, Kristy M Borawski, Glenn M Preminger. Manipulação dietética baseada em limonada a longo prazo em pacientes com nefrolitíase hipocitratúria. J Urol. 2007 Abr; 177 (4) :1358-62; discussão 1362; . questionário 1591 PMID: 17382731

[7] Mohammed Touhami, Amine Laroubi, Khadija Elhabazi, Farouk Loubna, Ibtissam Zrara, Younes Eljahiri, Abdelkhalek Oussama, Félix Grases, Abderrahman Chait. O suco de limão tem atividade protetora em um modelo de litíase urinária de ratos. BMC Urol. 2007 05 de outubro; 07:18. PMID: 17919315

[8] Enza Maria Galati, Antonia Cavallaro, Tommaso Ainis, Maria Marcella Tripodo, Irene Bonaccorsi, Giuseppe Contartese, Maria Fernanda Taviano, Vincenzo Fimiani. Efeito anti-inflamatório da mucilagem do limão : in vivo e in vitro. Immunopharmacol Immunotoxicol. 2005; 27 (4) :661-70. PMID: 16435583

[9] Yoshiaki Miyake, Mika Mochizuki, Miki Okada, Masanori Hiramitsu, Yasujiro Morimitsu, Toshihiko Osawa. Isolamento de glicosídeos fenólicos antioxidantes do suco de limão e seu efeito supressor sobre a expressão de moléculas de adesão no sangue. Biosci Biotechnol Biochem. 2007 Ago, 71 (8) :1911-9. . Epub 2007 07 de agosto PMID: 17690486

[10] MC Castillo, CG de Allori, RC de Gutierrez, a OA de Saab, NP de Fernandez, CS de Ruiz, AP Holgado, OM de Nader. Atividade bactericida do suco de limão e derivados do limão contra o vírus da cólera. Biol Pharm Touro. 2000 Out; 23 (10) :1235-8. PMID: 11041258

[11] J Grassmann, D Schneider, D Weiser, EF Elstner. Os efeitos antioxidantes do óleo de limão e seus componentes na oxidação induzida do cobre da lipoproteína de baixa densidade. Arzneimittelforschung. Outubro de 2001; 51 (10) :799-805. PMID: 11715632

[12] Migiwa Komiya, Takashi Takeuchi, Etsumori Harada. O vapor de óleo de limão provoca um efeito anti-stress através da modulação das atividades da 5-HT e DA em camundongos. Behav Brain Res.. 2006 Set 25; 172 (2) :240-9. . Epub 2006 15 de junho PMID: 16780969

[13] Yoshiko Fukuchi, Masanori Hiramitsu, Miki Okada, Sanae Hayashi, Yuka Nabeno, Toshihiko Osawa, Michitaka Naito. Os polifenóis do limão reprimem a obesidade induzida por dieta pelo aumento da regulação dos níveis de mRNA das enzimas envolvidas na beta-oxidação em tecidos adiposos em ratos brancos. J Clin Nutr Biochem. 2008 Nov; 43 (3) :201-9. . Epub 2008 31 de outubro PMID: 19015756
Em: http://revelatti.blogspot.com.br/2016/03/propriedades-curativas-do-limao.html

sexta-feira, 25 de março de 2016

Teorias de ácido-base

TEORIAS ÁCIDO-BASE DE ARRHENIUS, DE BRÖNSTED-LOWRY E DE LEWIS

A teoria ácido-base de Arrhenius diz que o ácido libera somente o hidrogênio como cátion na água e a base libera a hidroxila como ânion. A de Brönsted-Lowry diz que ácido é toda substância que doa prótons e a base recebe prótons. Já a teoria de Lewis diz que o ácido recebe elétrons e a base doa.Baseado em seus experimentos com condutividade elétrica em meio aquoso, o químico, físico e matemático sueco Svante August Arrhenius (1859-1927) propôs, em 1884, os seguintes conceitos para definir ácidos e bases:
Conceito de ácido de Arrhenius.
Assim, genericamente, temos:
H+ + H2O  →  H3O+
Exemplos:
HCl + H2O  →  H3O++ Cl-HNO3+ H2O  →  H3O+ + NO3-
H2SO4+ 2H2O  →  2H3O+ + SO42-
Conceito de base de Arrhenius.
Exemplos:
NaOH → Na + + OH-
Ca(OH)2 →Ca2+ + 2 OH-
*Teoria de Brönsted-Lowry:
De forma independente, o dinamarquês Johannes Nicolaus Brönsted (1879-1947) e o inglês Thomas Martin Lowry (1874-1936), propuseram no mesmo ano outra teoria ácido-base conhecida como Teoria Brönsted-Lowry, que diz o seguinte:
Conceito de ácido de Bronsted-Lowry.
Neste caso, considera-se como próton o íon hidrogênio. Isto é visto na reação a seguir, onde o ácido cianídrico doa um próton para a água, que atua, portanto, como base:
HCN + H2O → CN- + H3O+
Essa reação é reversível, sendo que o íon hidrônio (H3O+) pode doar um próton para o íon CN-. Desta forma, o íon hidrônio (H3O+) atua como ácido e o CN- como base.
CN- + H3O+→ HCN + H2O
*Teoria de Lewis:
Esta teoria foi criada pelo químico americano Gilbert Newton Lewis (1875-1946) e diz o seguinte:
Conceito ácido-base de Lewis.
Essa teoria introduz um conceito novo, é mais abrangente, mas não invalida a teoria de Brönsted-Lowry. Pois todo ácido de Lewis é um ácido de Brönsted, e consequentemente toda base de Lewis é uma base de Brönsted. Isto ocorre porque um próton recebe elétrons, ou seja, um ácido de Lewis pode unir-se a um par solitário de elétrons em uma base de Lewis.
Para Lewis, uma reação ácido-base consiste na formação de uma ligação covalente coordenada mais estável. Assim, quando uma base de Lewis doa um par de elétrons para uma base de Lewis, ambos formam uma ligação covalente coordenada, em que ambos os elétrons provém de um dos átomos, como ocorre no exemplo abaixo:
Reação ácido-base entre a amônia e a água.
Nesse caso, a amônia atua como a base de Lewis e de Brönsted, pois ela doa os seus dois elétrons para o próton, sendo, portanto, a receptora do próton. Além disso, formou-se uma ligação covalente entre o hidrogênio (o próton) e a amônia.
Já a água é o ácido de Lewis e de Brönsted, pois ele doa o próton e recebe os elétrons, note como o oxigênio do hidróxido formado a partir da água ficou com um par de elétrons a mais.
Arrhenius, Brönted, Lowry e Lewis contribuíram para o entendimento do conceito de ácido-base.
Por Jennifer Fogaça
Graduada em Química
Equipe Brasil Escola.
Em: http://brasilescola.uol.com.br/quimica/teorias-acidobase-arrheniusbronstedlowry-lewis.htm

Cola de polvilho azedo

COLA DE POLVILHO AZEDO E A PRODUÇÃO DE TINTA

1. Produção da cola

Materiais

500 ml de água
Bacia Média
250 g de polvilho
Colher de madeira
Solução supersaturada de Soda Cáustica (hidróxido de sódio)


Procedimentos

Adicionar os 500 ml de água na bacia e diluir os 250 g de polvilho azedo ate a mistura ficar homogênea.
Em seguida, gotejar a solução de soda cáustica sem parar de mexer.
Quando a solução aquirir cor amarelo translucido se deve parar de colocar a solução de soda.
A tendencia é que a cola fique uma solução grudenta pesada, para diluir e deixar mais maleável basta adicionar água em pequenas quantidades mexendo até diluir completamente e, até ficar com a consistência desejada.


2. Produção da tinta

Materiais

Corante industrializado xadrez (preferencialmente cores primárias)
Copos de cafezinho
Palitos de dente

Procedimentos

Colocar pequenas porções de cola nos copos de cafezinho e adicionar a quantidade necessária de corante, se deve lembrar quanto mais corante, mais viva a cor.
Misturar bem utilizando os palitos de dente, mexendo até a mistura tomar aparência homogênea.

QUÍMICA DO PÃO

QUÍMICA DO PÃO

A química do pão pode ser abordada em sala de aula através da explicação sobre o ingrediente químico responsável pelo crescimento da massa do pão e as reações envolvidas.
Quem não gosta de comer no café da manhã ou mesmo no lanche da tarde aquele pão quentinho e macio, ainda mais com uma manteiga passada nele? Praticamente todo mundo, não é mesmo?! O pão foi um dos primeiros alimentos produzidos e transformados pelo homem, sendo bastante nutritivo, macio, leve e, é claro, muito saboroso.
Uma receita básica de pão leva ingredientes bem simples, como farinha de trigo, água, fermento biológico, açúcar, margarina e sal. O preparo do pão envolve transformações bem visíveis que podem ser utilizadas pelo professor como uma ferramenta de alfabetização científica dos alunos. Eles verão que a Química está realmente inserida em aspectos básicos de seu cotidiano, inclusive no pão que os alimenta.
Existem vários aspectos da preparação desse alimento que podem ser utilizados pelo professor para explicar a química do pão, tais como: Qual é o papel do sal no preparo do pão? Por que, ao misturar os ingredientes, a massa adquire um aspecto forte e pegajoso? Por que a massa do pão estica sem perder a estrutura? Por que o pão fica com a cor dourada após assar?
Todos esses aspectos mencionados envolvem a composição química de seus ingredientes e as reações que ocorrem entre eles — pontos que podem ser abordados com os alunos. Mas, aqui, trataremos de um aspecto em especial: por que o pão cresce e apresenta furos em todo o seu interior, que são os responsáveis pela consistência do pão?
A explicação está relacionada principalmente com três ingredientes usados na preparação do pão: farinha de trigo, fermento biológico e açúcar.
Para explorar a textura macia do pão como conteúdo disciplinar de Química, reserve diferentes tipos de pães: pão francês, pão de forma, pão integral etc. Fatie os pães para colocar em evidência os buracos formados em seu interior. Questione a turma: qual ingrediente químico é responsável pela formação de orifícios na massa do pão?
A explicação está nas leveduras presentes no fermento usado. Para mostrar aos alunos que o melhor fermento a ser utilizado é realmente o fermente biológico, realize com eles o seguinte experimento:
Experimento 1:
Prepare três massas de pão e coloque-as em recipientes separados e cobertos com filme plástico (PVC), de acordo com o esquema mostrado a seguir:
1- 1 colher (de café) de açúcar + 1 colher (de café) de fermento químico + 13 colheres (de sopa) de farinha + 1/4 de copo de água;
2- 1 colher (de café) de açúcar + 13 colheres (de sopa) de farinha + 1/4 de copo de água;
3- 1 colher (de café) de açúcar + ¼ de tablete de fermento biológico dissolvido separadamente em ¼ de copo de água morna + 13 colheres (de sopa) de farinha.
Depois de 30 minutos, os alunos observarão que somente a massa do recipiente 3 cresceu, isso porque ela foi a única que continha fermento biológico.
Experimento sobre fermentação no preparo de pão
Experimento sobre fermentação no preparo de pão
O fermento biológico tem como função principal provocar a fermentação dos açúcares, produzindo gás carbônico (CO2), que é responsável pela formação dos furinhos internos e pelo crescimento da massa.
Fermento biológico usado na preparação da massa de pão
Fermento biológico usado na preparação da massa de pão
Isso nos mostra que a presença do açúcar é importante. Para mostrar isso para os alunos, o professor pode realizar outro experimento:
Experimento 2:
Coloque as seguintes misturas em dois erlenmeyers (ou garrafas plásticas) diferentes e tampe-os com uma bexiga (balão de borracha):
1- 50 mL de uma solução preparada com a dissolução de dois tabletes de fermento biológico em 200 mL de água morna + 1 colher (de sopa) de açúcar;
2- 50 mL de uma solução preparada com a dissolução de dois tabletes de fermento biológico em 200 mL de água morna + 10 gotas de adoçante.
Depois de um dia em repouso, os alunos notarão que o balão de borracha na boca do erlenmeyer 1 inchou, enquanto o que estava na boca do erlenmeyer 2 não inchou. Isso ocorreu porque no frasco 1 foi usado açúcar e no frasco 2 foi usado adoçante. 
Experimento 2 mostrando o papel do açúcar na fermentação
Experimento 2 mostrando o papel do açúcar na fermentação
A explicação para esses aspectos observados está no fato de que o fermento biológico contém leveduras ou levedos (geralmente o Saccharomycescerevisiae), que são micro-organismos unicelulares que se proliferam em condições apropriadas, como temperatura elevada (cerca de 30 ºC) e presença de alimento para eles. O alimento dos levedos na massa do pão é a glicose,que está presente tanto na farinha quanto no açúcar. 
Estrutura da glicose
Estrutura da glicose
O açúcar (sacarose) é um dissacarídeo formado pela união de glicose e frutose:
Estrutura da sacarose (glicose + frutose)
Estrutura da sacarose (glicose + frutose)
Assim, as enzimas dos micro-organismos rompem as ligações entre a glicose e a frutose do açúcar, obtendo a glicose livre, da qual se alimentam e realizam a fermentação, formando o gás carbônico (dióxido de carbono - CO2). Esse gás tem a tendência de juntar-se às bolhas de ar que se formam no momento em que o padeiro está sovando a massa. São essas bolhas de ar e gás carbônico que se expandem e tornam possível o crescimento do pão.
Isso é mostrado na equação química a seguir que representa essa reação que ocorre no pão:
C6H12O6 (s) + enzima → 2 C2H5OH (l) + 2 CO2 (g)
                                                   glicose                             etanol          gás carbônico
Já a farinha de trigo contém o amido, um polissacarídeo formado por moléculas de glicose unidas de duas maneiras diferentes. Assim, os levedos podem obter a glicose também por meio do amido.
O amido presente na farinha de trigo é um polímero natural (polissacarídeo) formado por  moléculas de α-glicose
O amido presente na farinha de trigo é um polímero natural (polissacarídeo) formado por moléculas de α-glicose
O tempo ideal para o trabalho das leveduras é de aproximadamente uma hora. Por esse motivo, é sempre necessário deixar a massa descansar após sovar e antes de ir ao forno.
Agora temos condições de entender também o que ocorreu no experimento 1. No primeiro recipiente, foi usado fermento químico. A massa não cresceu porque, nesse caso, não havia a presença de leveduras. O fermento químico é o bicarbonato de sódio (NaHCO3), cujos nomes oficiais são hidrogenocarbonato de sódio ou carbonato ácido de sódio.
Conteúdos exploráveis nesse contexto:
- Equações químicas;
- Classificação das reações químicas;
- Transformações químicas e físicas;
-Estudo de polímeros naturais (como o amido).

O desfecho desta aula poderá ser de forma bem apetitosa. Proponha à turma um lanchinho e ofereça nosso objeto de estudo, o pão, como aperitivo.

Por Jennifer Fogaça
Graduada em Química
Em http://educador.brasilescola.uol.com.br/estrategias-ensino/quimica-pao.htm

PRODUÇÃO DE VINHO

PRODUÇÃO DE VINHO

     O vinho pode ser produzido colocando-se suco de uva natural em um garrafão com fermento biológico e tampando-se com uma rolha e uma mangueira com água.
    O vinho é uma bebida alcoólica (que contém etanol), não destilada e que é obtida por meio da fermentação do suco de uva em tóneis.
Os açúcares glicose e frutose presentes no suco de uva são transformados em etanol durante o seu processo de fermentação:
Estruturas de glicose e frutose
C6H12O6 → 2 C2H5OH + 2 CO2    GLICOSE                      ETANOL
OU FRUTOSE
      Essa fermentação pode ser acelerada se usarmos um fermento biológico.
     Existem vários fatores que influenciam na qualidade do vinho, como o solo em que as uvas foram plantadas, o tipo de uva e as condições climáticas. Além disso, no momento da preparação e no armazenamento do vinho pode ocorrer a oxidação do etanol, que é um álcool primário. Isso tornaria o etanol impróprio para o consumo.
Por quê? Qual produto seria formado no lugar do etanol? Por que ocorre essa oxidação? Como impedi-la?
     Essas perguntas podem ser respondidas ao analisarmos o experimento abaixo, que consiste em uma forma simples e prática de se obter vinho em casa. O professor pode realizar essa atividade com os alunos a fim de ajudá-los a entender melhor como ocorre a oxidação de álcooisconteúdo estudado emQuímica Orgânica.
Materiais e Reagentes:
  • 1 kg de uvas
  • 1 liquidificador
  • 1 garrafão de vidro de 5L;
  • 0,5 g de fermento biológico (de fazer pão);
  • 1 coador;
  • 50 cm de mangueira transparente;
  • 1 elástico;
  • Água;
  • 1 rolha.
Procedimento experimental:
1. Faça um suco de uva colocando as uvas para bater no liquidificador;
2. Transfira o suco com o bagaço para o garrafão de vidro;
3. Adicione o fermento biológico ao suco;
4. Faça um furo na rolha e passe a mangueira;
5. Tampe a boca do garrafão com a rolha;
6. Coloque um pouco de água dentro da mangueira, sem deixar cair no suco, e dobre com o elástico, conforme mostrado abaixo:
Produzindo vinho em sala de aula
7. Depois de cerca de 10 dias, pegue a solução dentro do garrafão e filtre. Esse filtrado é o vinho.
Resultados e Discussão:
     Como mostrado na introdução, os açúcares presentes no suco de uva sofreram fermentação e se transformaram em etanol, originando o vinho.
     O professor pode perguntar para os alunos o que aconteceria se ele deixasse o garrafão aberto, sem a rolha, ou se deixasse uma parte do vinho obtido num copo exposto ao ar por alguns dias.
    Nesses casos, haveria a oxidação do etanol pelos micro-organismos existentes no vinho, visto que ele não é uma bebida destilada, e também pela ação do oxigênio presente no ar. Toda reação de oxidação de um álcool primário forma um aldeído. O aldeído, por sua vez, sofre oxidação e forma um ácido carboxílico. Assim, no caso do etanol presente no vinho, sua oxidação originaria o etanal e, posteriormente, o ácido etanoico (ácido acético), que é o vinagre:
                                                  O                            O
                                                  ║                            ║
H3C ─ CH2─ OH → H3C ─ C ─ H  → H3C ─ C ─ OH
         ETANOL               ETANAL         ÁCIDO ETANOICO
    Para impedir que isso ocorra ou pelo menos para retardar esse processo de oxidação dos vinhos, vários cuidados são tomados, por exemplo, eles são mantidos em lugares escuros e com a temperatura em torno de 16ºC. Isso porque a temperatura alta e a luz aceleram a reação de oxidação.
   Outra medida é manter as garrafas de vinho deitadas para que o vinho umedeça a rolha e impeça que o oxigênio do ar entre.
     Ao ser servido, o vinho deve escorrer lentamente, para não haver formação de bolhas e aumentar a sua oxigenação.


Por Jennifer Fogaça
Graduda em Química
Em http://educador.brasilescola.uol.com.br/estrategias-ensino/producao-vinho.htm